Blog sobre a vida e o amor, a humanidade e os paradoxos da (in)existência, Informática e Novas Tecnologias.
terça-feira, julho 21, 2009
Sedento
Sozinho. Corro a janela e deixo o fresco da noite entrar. É tarde. Não há movimento na rua e as poucas janelas abertas começaram já a ficar sem luz. Ao longe, um risco iluminado, que contorna a outra margem, começa a desaparecer sob a neblina que abraça a noite. Está frio e é tarde. Sopra calmo o vento, mas os gélidos dedos da brisa nocturna chegam até aos meus braços e eu massajo a pele eriçada.
Há algo que quero sentir. Inspiro, profundamente. O ar chega ainda frio aos meus pulmões e sinto-me arrefecer por dentro. Passo as mãos pela cara e, estranhamente, transpiro. Enxugo-as uma na outra e volto a inspirar, lentamente. Debruço-me na janela e fito novamente o horizonte. Tento focar, à medida que os meus olhos separam individualmente cada uma das luzes que cintilam lá longe. Está a arrefecer...
Há aqui algo que tenho de sentir. Mas, está tanto frio. Endireito-me e novamente massajo os braços nus. Sei que queria abri-los e abraçar. Mas estou só, e o som da TV atrás de mim, num canal que só eu vejo, apenas me lembra isso. Mais uma... e outra janela deixaram de ser iluminadas. A cidade adormece. É tarde. Olho o céu e não vejo uma única estrela. A neblina adensa-se. E, cada vez está mais frio.
Preciso de sentir. Eu sei, estás longe, mas eu preciso sentir-te; seja no ar gélido que me chega à pele, nas luzes que parecem brilhar ao longe ou na brisa que faz roçar as folhas daquelas árvores. Preciso sentir-te!... A cidade adormeceu. Eu estou acordado e procuro-te. Fixo o céu um pouco acima da linha do horizonte e sorrio. Vejo-te aqui. Inspiro, e é calor que agora me chega aos pulmões. Lentamente cruzo os braços frente ao meu peito e abraço-te.
Agora sinto, vem. Toca-me. Eu vou deixar a janela aberta...
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3 comentários:
Muito Bom :)
Myosotis, muito obrigado. :)
Olá:)
Caminhando ao longo do quarto,
Retira algumas madeixas do seu rosto.
Volta à janela, para olhar o luar.
Até a sua sombra tem graça,
O silêncio que a rodeia,
Envolve as sombras em cores.
Fora do seu alcance … uma valsa.
Erguendo suas mãos ao céu,
Move-se ao ritmo da música,
Girando entre constelações e sonhos.
O ritmo, é o bater do coração.
Quando fecha seus olhos,
Consegue ver,
As luzes que brilham.
A canção é o seu amor,
A melodia a faz chorar,
Então ela dança,
Como um relance no meio de uma multidão,
Desliza suavemente,
Como se tudo, ali termina-se.
Parando na sombra,
Sente algo mais.
Acredita na luz,
Que a torna mais forte.
A musica envolve-a num abraço,
Gracioso e envolvente.
Sente o esplendor da dança
Com alma e coração,
Esquece a dor e a tristeza
Que se desvaneceu no vazio…
Desliza até à janela,
Em passos lentos e sem pressa,
Olha o céu, as estrelas, a lua
E os sentimentos seguem …
…O romance distante,
Que chama pelo silêncio.
airam, adhin:x
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