sexta-feira, junho 12, 2009

Abstenção no direito ao voto


Ao ver os números da abstenção não resisto em fazer um pequeno comentário, valendo-me do seguinte preâmbulo:
Democracia grega
"Na Grécia, a democracia funcionava muito bem porque os que não estavam de acordo envenenavam-se."
Pois... continuemos a "envenenar-nos" e a achar que a melhor forma de glorificar os que nos ofereceram a democracia, assim como a cuidar do futuro dos nossos filhos, é absteremos-nos de votar. Vamos dizer "não me interessa", quando estamos num barco e nos perguntam para que lado devemos guinar o leme. Gritemos "não quero saber" e fechemos a mente a decisões conscientes que validam a nossa posição como democratas. Encolhamos os ombros e voltemos as costas aos nossos amigos concidadãos, sem nos esquecermos que também estamos a fazê-lo em relação aos nossos inimigos (o que, de uma forma ou de outra, não augura nada de bom).

A cidadania não é só reivindicar um melhor ensino e diligentes cuidados de saúde. Não passa só por querer uma reforma justa e dignificante no fim da nossa vida. Espelha-se também na nossa atitude perante a democracia em que vivemos, e eu não acredito que mais de 60% de nós não sejamos convictos democratas. Por isso, vamos lá começar a mostrar algumas certezas e a colaborar para cuidar do nosso futuro e dos nossos.

Madrugada de 25 de Abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém:

"Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser, vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário sai e forma. Quem não quiser vir não é obrigado e fica aqui."

Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas da forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.


1 comentário:

Anónimo disse...

Ao ver os números da abstenção eu fico com o verdadeiro conhecimento dos cidadãos que formam a nossa sociedade... cidadãos simplesmente irresponsáveis, que não têm uma conduta de vida, e acima de tudo, não têm poder de decisão, o que os torna "fracos".
Votar é um dever cívico!
Se há descontentamento e desafeição política, não esqueçamos que podemos votar em branco.

red-woman