A idade dos "Porquê", vamos lá... não desapareceu. Só os temas mudaram. A grande Tese continua aqui! Mas, malogradamente a maior parte de nós continua a questionar tudo sem acrescentar (quase) nada. Colocamos em causa os factos das coisas simples e criamos estapafúrdios dogmas sobre o que a nossa mente não consegue alcançar e – eventualmente – nunca alcançará. E, essas "verdades", mesmo que a princípio não façam sentido sequer para o próprio, à força de tanta repetição... entranha-se.
Esses são os que sobem "alto" e por lá vão ficando (entendido o Princípio de Peter?), sem sequer serem – jamais – capazes de articular o verbo saber na sua forma negativa, quanto mais na primeira pessoa. Pura ilusão, esta do reizinho na barriga, não é!? Mas é uma ilusão que para os outros funciona como realidade, porque esta corja parece manter um qualquer pacto entre eles. Estão em toda a parte.
– "O que queremos é sangue novo"
(mas... eu não sou dador. Nem vim parar a nenhum hospital. Ou vim?)
– "A vaga já está preenchida"
(quando sabemos que não está, e assim irá ficar e voltar a estar)
"Sabe... você tem curriculum a mais."
(Esta é a que me vira do avesso! Que merda é esta de curriculum a mais?? E em que é que isso pode ser um ponto negativo para uma empresa?)
O meu amigo G. desabafava comigo: "Estes gajos são uma cambada de incompetentes. Vêm para aqui dar ordens como se fossem os senhores disto. Eu que sei mais num dedo mindinho do que eles em todo o corpo..." (e sabe!). O que para muitos poderá parecer uma frase puramente arrogante, para mim encerra simplesmente uma revolta genuína. A revolta daqueles que não têm compromisso com ninguém, mas para com todos e com a vida. Aqueles que acham que se pode fazer melhor e não os que nos olham de revés numa qualquer linha de montagem e dizem: "Que é que estás a fazer, pá? Diminui lá o ritmo, ou queres que nos despeçam a todos?".
Para mim, a fascinação é constante e os "...e porquê?" povoam-me invariavelmente a mente. Quero saber como funciona, porque funciona e se poderá funcionar de outra maneira de uma forma mais simples, rápida e eficaz. Não me resigno e desafio a crença estabelecida sem contudo pré-rotular ninguém nem sentenciar conceitos à partida. Mas, até parece que eu é que estou errado(?!).
O objectivo; Vejo-o como um ponto positivo para a humanidade. Mais tempo para nós e para quem amamos, para o prazer da leitura e da companhia. Para as caminhadas, o contacto com a natureza... e o deslumbramento continuaria. Para a evolução, enfim. A tal... a boa.
Por fim pergunto-me: Será que tanto encantamento não me estará a obscurecer a visão?... Dane-se! De outra forma não seria eu.
4 comentários:
O princípio reflecte, de alguma forma, algo natural e optimista: que quando um indivíduo revela competência para o que está a fazer, se crê que será também capaz de fazer algo mais complicado, decorrendo daí a promoção. Este processo repetir-se-á até que não se reconheça no sujeito competência para mais e daí que se possa dizer que "foi promovido até ao nível da sua incompetência". Isto funciona num sistema assente no mérito. (A questão de eventual despromoção para o nível anterior, também a poderíamos discutir mas não é o assunto do teu post, pois não?)
O que se passa à nossa volta pouco tem a ver com Peter (com este, pelo menos). Tem a ver com tios e sobrinhos e não é de agora com o sobrinho e seu tio no caso Freeport. É muito mais antigo, está instalado e tem nome: nepotismo.
E há razões para nos preocuparmos. É que aqueles que estarão em posição de nos governar daqui a uns anos são treinados desde pequeninos a chamarem "tio" aos convenientes amigos dos pais. E talvez o mereçam, porque estão a fazer o tpc, a criar a sua rede, enquanto outros apenas reclamam ou nem isso.
A competência treina-se de pequeno. E tem de se treinar muito, para sermos apanhados pelo (afinal bem mais justo) princípio de Peter. Parece-me.
Numa coisa estamos de acordo, promoção por mérito.
Mas, alvitrar sequer a possibilidade de que é merecido ser-se adepto do nepotismo revolve-me as entranhas.
E muito PPM haveria... se o assunto também para ti não se esgotar aqui.
Não há mérito em ser-se adepto do nepotismo. Só quis dizer que esses não dormem. E preparam os seus pequenos para lhes seguirem os passos. Foi uma ironia amarga. Como eu.
Nenhum. Não era dirigido à tua pessoa, mas aos que o consideram. Eu a pensar que estavam em extinção, no entanto, multiplicam-se como coelhos.
A sátira foi percebida, o sabor nem tanto... ;-)
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