Nunca tinha acontecido, especialmente nesta altura do ano. A minha janela, da qual vejo o tejo enquanto trabalho no meu PC, estava crivada de moscas. Não era uma nem duas, mas algumas dezenas. Estranhei o facto e comentei em voz alta que algo não estava bem.
À 1:37, olhei o relógio de parede enquanto me tentava segurar na cadeira que balançava de um lado para o outro. A minha bancada de trabalho rangia com o peso do monitor convencional de dezassete polegadas que mantenho no topo da terceira estante. Não tive medo, tive sim muito respeito. Passados alguns segundos lá consegui levantar-me. Não sei o que procurava...! Encontrei a porta da sala ainda a oscilar e a ponta da árvore de Natal a descrever alguns pequenos círculos.
No alto do quinto andar e estando ainda acordado, sei que a minha experiência terá sido diferente de grande parte de pessoas que ainda dormiam e assim ficaram. E no café, esta manhã...
- Então Sr. José António, sentiu o sismo? - Perguntou o moço, enquanto me tirava a bica. Relatei-lhe o episódio que se passou comigo e ele disse-me que nada sentiu. Que, se o prédio onde vive caísse ele teria tido uma morte santa. No outro extremo do balcão, um outro cliente que ouvia atentamente a conversa virou-se momentaneamente para a televisão e voltando-se para nós, comentou:
- Então o Sporting sempre se apurou...
...É deveras interessante quando alguém corta uma conversa desta maneira. Não sei se tem as prioridades trocadas, se gosta assim tanto de futebol ao ponto de ser mais importante que tudo o resto ou, se é somente medo da morte...
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Este sismo foi de 6.1 na escala de Richter. Um sismo desta magnitude é dez vezes mais forte que um de 5.0. Pode causar danos em edifícios mal construídos. Há 40 anos (1969) tivemos um de 7.5, com alguma destruição associada, principalmente no Algarve, e o de 1755 com 8.5 (embora muitos apontem para 9.0 - o máximo desta escala ("fechada")) que causou imensas mortes e deixou o país em ruínas praticamente desde o Algarve a Lisboa, grande parte também devido ao Tsunami gerado. Todos tiveram origem no Banco de Gorringe.
1 comentário:
Aqui em casa ninguém sentiu nada. Mas também já não nos apercebemos quando o metro (que passa por baixo do meu quarto) estremece o chão ou quando os aviões fazem tremer os vidros das nossas janelas (São as pessoas que nos visitam que nos relembram desses pormenores) e talvez por isso o sismo me tenha passado ao lado.
Mas já que falas em futebol, aproveito que ainda estou para perceber como é que uma data de homens a correr atrás de uma bola pode ser o interesse máximo da vida de uma pessoa!
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